O Goiás que jogou melhor contra o Fla na Copa do Brasil e quase conseguiu uma vaga na Libertadores era organizado, compacto e veloz, mas sabia explorar as qualidades individuais dos atletas. O Grêmio que conseguiu a segunda vitória na Libertadores também foi assim: padronizado e definido, mas com movimentações para potencializar o que o elenco tem de melhor.
O sistema tático parte de um 4-3-3, mas tem uma diversa gama de movimentações: Zé Roberto e Luan invertem, sendo que o camisa 10 procura mais o meio para articular as jogadas e tentar um passe mais vertical. Luan prefere se juntar a Barcos ou carregar a bola dominada em direção ao gol.
A saída de bola é preferencialmente pelos flancos, com parcerias entre Pará- Ramiro e Wendell – Riveros. Pelo lado direito, onde Zé Roberto começou, saíram as jogadas mais profundas e boa parte dos cruzamentos procurando Barcos. Edinho, para muitos um “volante-volante”, também colabora com lançamentos.
No 4-2-3-1 do time colombiano, o camisa 7 ficou mais recuado para auxiliar o meio-campo nas transições, apesar de ter invertido bastante com Cardona. Com a estratégia do Grêmio de entregar a bola, mas negar espaços, o Nacional tentou procurar Berrio e Valencia, pela esquerda, mas foi pouco efetivo.
O tricolor gaúcho chegava com velocidade e pelo chão, com passes mais verticais. A movimentação dos jogadores, procurando romper as linhas e fornecer condições de receber a bola sem marcação, também era veloz e organizada. O gol – válido – surgiu quando o ponta-esquerda Luan infiltrou pelo centro e aproveitou o cruzamento.
Depois da vantagem no placar, o Nacional atacou mais, mas sem perigo ao gol de Grohe, já que a ideia do Grêmio foi administrar o jogo negando espaços em sua intermediária e acionar Barcos. Luan passou a circular mais próximo do camisa 9 e Zé Roberto mais recuado na direita, com Riveros protegendo Wendell na esquerda: sim, o velho e bom 4-4-2 em duas linhas.
Estratégia bem-sucedida com marcação que teve como referência a bola: os jogadores cercavam e fechavam as linhas de passe do adversário. Era comum ver Ramiro passar da linha de Barcos para pressionar Mejia, ou Wendell deixar a lateral para atrapalhar Bocanegra. Não por acaso o segundo gol saiu assim quando Wendell fez a pressão na esquerda e passou para Ramiro, entrando de surpresa na área.
O Nacional tentou diminuir com as trocas, principalmente explorando as costas de Wendell, mas as coberturas, com Rodolpho adiantando o bote e Edinho fechando, controlou os ataques pelo setor. Com a posse de bola, mas sem objetividade nenhuma, o Nacional cansou e se contentou a jogar bolas pelo alto.
Com Alan Ruíz e Dudu, o Grêmio se espalhou numa espécie de 4-4-1-1 que seguiu organizado, negando espaços e cortando os passes. Nos ataques, passes pelo chão (o Grêmio pouco usou da ligação direita, tirando o “chutão quando algum lateral ou zagueiro se via pressionado) e tabelas em velocidade.
Ciente das dificuldades financeiras que Koff deixou bem claro, Enderson Moreira vai, jogo a jogo, implantando seus conceitos e explorando o que o elenco tem de bom. Mesclando brio e controle de jogo, experiência e juventude, o time tricolor já é uma boa mostra de seu trabalho.
Bom para o Grêmio.
Fala Leonardo.
Parabéns pelo blog e análises!
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Abraço
Olá Pedro!
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Grato!