O Derby “da Paz” começou como muitos outros: faltoso, sem espaços e com muita vontade em cada bola. Até pela fase dos dois times, que deu caráter decisivo ao jogo.
A semana cheia de treinos que Mano ressaltou no pré-jogo pode ser observada logo nos primeiros minutos: o Corinthians foi mais organizado e sólido no 4-3-1-2/4-3-2-1, com Jadson caindo pela esquerda e muitas vezes alinhando com Romarinho, Guilherme saindo mais e Fágner liberado para atacar.
No 4-2-3-1 alviverde, Kleina inverteu Mazinho com Leandro na esquerda, para segurar o lateral corintiano, e a proposta foi a mesma de sempre: posse de bola até achar Valdívia, circulando entre as linhas e acionando ora Wendel, ora Kardec.
Até os 25 minutos da etapa inicial foi o Corinthians quem controlou o jogo, já que tinha superioridade no meio-campo e agrupava mais os jogadores na hora de roubar a bola. O Palmeiras tentou afunilar com Valdívia e Wesley, mas parou nos erros de passes que permitiam acionar Jadson e Romarinho, livres para buscar o jogo. Na melhor chance, Guerrero, sozinho na área, chutou para fora.
O domínio se inverteu até o fim do primeiro tempo, quando Kleina corrigiu a marcação com Mazinho retornando pelo meio, várias vezes caindo no setor de Bruno Henrique. E o time forçou em seu ponto forte, a transição: Wesley carregava a bola da defesa ao ataque e acionava os meias, mas faltou o passe “açucarado”.
Na segunda etapa, o Corinthians, num 4-3-2-1 mais definido, adiantou as linhas, jogou o Palmeiras para trás e forçou pela direita com Guilherme mais avançado, Romarinho infiltrando e Guerrero participativo no pivô para Jadson. Após 3 grandes defesas de Prass, Romarinho venceu a defesa para marcar seu quinto gol em 4 jogos contra o Palmeiras, premiando a atuação melhor do Timão no segundo tempo.
Em resposta ao placar, Kleina lançou Marquinhos Gabriel, mas o Corinthians continuou agrupado e negando o ataque ao Palmeiras. O técnico colocou Mendieta em campo, abriu Wesley pela esquerda numa espécie de 4-1-4-1 e partiu para o ataque, mas sem penetrar na área ou finalizar.
Kleina foi ousado ao deslocar Marcelo Oliveira para a entrada de Diogo, que ocupou o flanco direito. Mano partiu para a cautela ao redesenhar o Corinthians num cauteloso 4-1-4-1 com Jocinei e Ramiréz que foi bem ao tirar espaços dentro da área, mas permitiu o cruzamento perfeito de Diogo para Alan Kardec subir mais que Felipe e empatar.
Nada melhor que um empate para traduzir a organização que Mano deu ao Corinthians com boas soluções, entre elas, a insistência com Romarinho como homem de movimentação e Jadson centralizado, mas caindo pela esquerda; e a ousadia de Kleina, que vê o Palmeiras cair de rendimento contra equipes mais preparadas, mas usa o banco de dar inveja para mudar o panorama do jogo.
Resultado bom para ambos, desempenho animador para o Corinthians.