O Corinthians veio com proposta recuada, jogando no contra-ataque. Edenílson e Romarinho foram as opções de velocidade pelos lados do 4-2-3-1, que começou com Danilo mais adiantado que o costume.
O alvinegro não conseguia sair para o jogo. As ultrapassagens de saída, sempre em triangulações com o lateral, volante e meia, não funcionaram por erro técnico e também pela postura do São Paulo.
O híbrido entre 3-4-1-2 e 4-2-3-1 que Muricy Ramalho armou embaralhou o Corinthians. Valorizando a posse de bola, aproximando os jogadores para as tabelas e ultrapassagens, o São Paulo foi superior no volume de jogo e nas finalizações no primeiro tempo, só parando em Cássio.
Paulo Miranda, quando o time se defendia, fechava na zaga junto a Rodrigo Caio e Edson Silva. Quando o time atacava, o camisa 13 podia abrir pela direita (como na imagem) e auxiliar Douglas, que de ala passava a meia.
O Corinthians melhorou só aos 30 minutos, quando Tite prendeu Edenílson para auxiliar Alessandro na marcação em Ademílson e soltou Romarinho para cima de Paulo Miranda, que quando abria demais possibilitava que o camisa 31 avançasse ao ataque.
O São Paulo cruzou 12 vezes na área do Corinthians e teve 64% de posse de bola. Também foi superior nas finalizações (9 x 4) e nos passes (282 x 140). O toque de bola de Muricy errou apenas 19 passes, enquanto que o Corinthians errou 22: reflexo da marcação são-paulina.
Os nervos ficaram acesos nos 10 primeiros minutos do segundo tempo, com muitas faltas e jogo picado. Depois, Muricy definitivamente passou para o 4-2-3-1 e soltou mais Douglas e Jadson. Mesmo perdendo o domínio territorial atrás, o São Paulo avançou e conseguiu mais uma pressão na base do toque de bola, dos passes em elevação e da movimentação. Faltou a finalização.
Tite respondeu com Diego Macedo e redesenhou o Corinthians num 4-1-4-1, com Alessandro praticamente como zagueiro para vigiar Ademílson e o time atacou mais, sempre no contra-golpe que Emerson perdeu.
Os times se cansaram na etapa final, mas quem sentiu mais foi o São Paulo, que recolheu e deixou o Corinthians tocar. Foi quando entrou a já conhecida carência de criação do alvinegro e o declínio físico do São Paulo que selaram o empate.
O pênalti perdido por Rogério Ceni só amplia as incertezas do São Paulo e também do Corinthians, que se vê num dilema de reconstruir seu estilo de jogo. Nada de novo, nem na tabela.