Escolha de Florentino Pérez para conciliar o vestiário dividido por Mourinho, Carlo Ancelotti já imprime suas ideias no Real Madrid, mas ainda busca equilíbrio num meio-campo recheado de opções, mas ainda sem encaixe.
Para acomodar Ronaldo livre de marcação, Ancelotti posiciona Isco pela esquerda, mas com liberdade de movimentação. Em números, um 4-2-3-1 que marcava em duas linhas. Modric inicia a saída de bola junto aos zagueiros (“saída lavolpiana”) e aciona os laterais, que apóiam pouco e alternadamente.
Contra o Galatasaray o time teve problemas nos primeiros 30 minutos. Muito pelo losango armado por Faith Terim, que confundiu a marcação no meio e liberou Felipe Melo para avançar. O Galatasaray ainda formava uma linha de 3 com os volantes, que bloqueava Isco e inibia as bolas para Benzema e Ronaldo.
O camisa 23 fez o gol que permitiu ao Real explorar o contra-golpe que o time turco ofereceu. O Real ainda sofre para criar e ganha fluidez no contra-golpe vertical e rápido, uma ideia de Ancelotti que achou em Isco o passador de profundidade que teve com Kaká no Milan.
Khedira deu mais suporte a Modric na marcação e Di María voltou mais na segunda linha. Com eles o “pressing” que Ancelotti tanto gosta já se faz presente: as duas linhas estão mais compactas e coordenadas, prática semelhante àquela do Milan de Arrigo Sacchi do qual Carlo foi jogador.
A vaga de Bale veio no lugar de Di María, como no Espanhol. Acostumado a atuar pela esquerda, o posicionamento na direita facilita o corte do “pé-invertido” e facilita a recomposição como “winger”, posição que Bale ocupou por muitos anos nos Spurs.
O placar foi merecido pela objetividade: 6 gols em 18 chutes, mesmo trocando menos passes do que o rival (392 x 394). Outra característica marcante dos times do técnico merengue.
Se segue implantando sua filosofia no Real, Ancelotti ainda busca equilíbrio ao meio-campo. Tarefa nada fácil com tantas opções de criadores e a disputa entre Di María e Bale.