O Gre-Nal 397, marcado pelo reencontro dos ídolos jogadores e agora técnicos, seguiu a escrita do duelo: tenso, faltoso e cheio de provocação. Mas em meio a tantos recursos típicos do duelo, surgiu a estratégia de Renato Gaúcho, determinante para o domínio completo do Grêmio na primeira etapa.
Renato abdicou do 4-3-1-2 que vem usando desde seu retorno e colocou Rodolpho na sobra, adiantando Pará e Alex Telles. Renato manteve Elano como “enganche” e a dupla de ataque, mas alterou o sistema de marcação: Adriano perseguiu D’ Alessandro e Riveros colou em Jorge Henrique.
Dunga manteve o losango, o 4-3-1-2 se desmembra em 4-2-3-1 com a movimentação de Fabrício ou Jorge Henrique, buscando os lados. Willians organiza o jogo com o primeiro passe e os laterais espetam o posicionamento ora buscando as diagonais, ora tabelando com Forlán e D’Alessandro.
O efeito que o 3-4-1-2 provocou no Inter embaralhou a marcação colorada: na esquerda, Alex Telles se projetava como ponta buscando a vitória pessoal para cima de Ednei e Ronaldo Alves. Barcos e Elano também circulavam pelo setor, como na figura, e Pará auxiliava Riveros no cerco a Jorge Henrique. Com os alas gremistas, os laterais do Inter se preocuparam mais em marcar e isolaram D’Ale, que bem marcado, não acertou passe.
Com Telles para cima de Ednei, o Grêmio dominou o primeiro tempo inteiro do Gre-Nal com intensidade e muitas bolas aéreas. Conseguiu a penalidade que Barcos cobrou. O Inter se aproveitou da marcação individual do Tricolor Gaúcho, deixando Willians livre. O camisa 8 fez grande jogada individual e passou para Damião empatar o clássico.
Na segunda etapa, Dunga corrigiu o “efeito Telles” e colocou Jorge na lateral (o que Tite já fez no Corinthians) e Fabrício repetindo a movimentação do camisa 29 na esquerda. O Inter buscou equilibrar o meio-campo e conseguiu trabalhar mais a bola, mas o Grêmio continuou marcando e atacou menos pela esquerda. Com muitas faltas, pouca bola rolando e 3 expulsões, o Gre-Nal terminou empatado.
Internacional e Grêmio estão empatados no Brasileirão: possuem opções táticas típicas de seus treinadores-ídolos, mas ainda não decolaram no nacional. Quando vão desempatar?
Siga o autor no Twitter @leoffmiranda
Siga @leoffmiranda
Curta a página do Painel Tático no Facebook