O desempenho da seleção brasileira contra a Rússia, no empate em Stanford Bridge, não foi ruim: dominou boa parte do jogo, principalmente depois que se encontrou após os 15 minutos iniciais.Ainda longe de futebol brilhante, a seleção conseguiu empurrar o adversário para seu campo de defesa, mas pecou no coletivo.
O problema para a seleção de Scolari está em fazer os craques renderem o que podem e saberem trabalhar em conjunto. A base dos times do ex-treinador palmeirense é a defesa, justamente o ponto fraco de ontem na Amarelinha e a que mais necessita de treino, coisa escassa para uma seleção.
A volta do 4-2-3-1 de intensa movimentação, com Oscar pelos lados, Kaká armando e Neymar na ponta esquerda não funcionou porque não teve a ajuda de Hernanes e a Jóia santista ficou encaixotada na esquerda. Quem ajudava era Marcelo, o melhor do jogo e que não comprometeu defensivamente. O péssimo Daniel Alves foi ineficiente no ataque e responsável por nova avenida na direita. Sua vaga já começa a ser muito questionada.
Primeiro tempo de posse e domínio brasileiro, mas pouca infiltração. A Rússia, armada no 4-3-3/4-1-4-1 pelo mítico Fabio Capello era muito mais organizada: bola retomada, contragolpe rápido. Natural numa seleção já montada e sensação das Eliminatórias. A falta de organização e jogadas trabalhadas ficou evidente no gol de Fayzulin: homens da defesa brasileira amontoados em torno de jogadores russos, sem formar uma linha ou cobertura. Gol de várzea.
Quando teve organização, funcionou. Hulk, que entrou no jogo, tocou para a ultrapassagem de Marcelo (os destaques do jogo e cada vez mais titulares), que tocou para a finalização de Fred (outra figura já bem assegurada entre os 11). A cara fechada de Felipão após o gol mostra que o comandante não está nada satisfeito com o que viu. Fazer David Luiz e Thiago Silva, inquestionáveis entre os melhores zagueiros do mundo, renderem e arrumar uma solução para a crítica lateral direita, mesmo com Dani Alves, são as prioridades. A seleção pode sim viver de lampejos como foi em 1994, mas precisa de trabalho defensivo – como teve de sobra no título conquistado por Parreira.
Pessimismo, críticas e perder o amor pela Seleção não é a solução. Apoiar e entender os motivos dos empates e derrotas é o caminho para compreender a má fase e exigir o que se deve. Scolari compreende e sabe que em abril, contra a Bolívia, a Seleção precisa de mais organização. Copiar o Santos e jogar apenas a bola em Neymar poderá ser insuficiente com a Jóia encaixotada. Mas com as mudanças de Felipão e uma defesa bem postada e devidamente protegida por Fernando, David Luiz, Ralf ou Luiz Gustavo o caminho é mais seguro.
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